terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tempo e chances...

Domingo estive conversando com minha amiga P. há muito que não nos falavamos. Ela me contou alguns de seus planos para o futuro e pude lembrar a real distância que há entre o que fizemos de nossas vidas: enquanto ainda luto para terminar minha graduação ela em pouco tempo vai terminar o mestrado e planeja casar e ter filhos daqui cinco anos e eu ainda estou sem alguém a meu lado. 
Me disse ela para não lamentar o que passou e que sempre podemos escrever um novo final para nossas vidas, concordo plenamente mas não posso esquecer o passado, pois meu eu de hoje resulta das decisões que tomei até aqui. Recordo o que passou e sinto pesar sim por muitas cousas que fiz ou que deixei de fazer e busco não repetir os mesmos erros de antes, seguir em frente mas me sinto perdido muitas vezes...
Admito que é ridículo um homem adulto com medos adolescentes, mas sou assim. Digo que estou agora vivendo minha vida adulta com um toque de adolescência. Confesso que existem incontáveis coisas que não fiz quando era o tempo e tento agora recuperar o que perdi. 

Mudando um pouco de assunto... 
Muitas pessoas me já definiram como uma pessoa fria, sem sentimentos, elas não deixam de ter razão. Foi-me sempre difícil expressar sentimentos para outrem, sobretudo bons sentimentos, não que não tenha sido amado por meus familiares, o fui, o caso e que já e parte de minha psiquê sempre buscar a lógica e a razão em primeiro lugar e isso me tem por diversas vezes ser intolerante com as pessoas. Não as deveria culpar, afinal estão apenas cumprindo a função de sua existência. 
Acredito que o sentimento humano mais adequado a minha situação seja compaixão, que me deveria levar a ajuda-los, mas não devo interferir, eles têm que encontrar as respostas por si próprios. Deixei-me levar e fugi ao que pretendia falar, então encerro aqui.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade

Canção de Amor da Jovem Louca

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)

Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente.)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

De volta:-)

Depois de um mês sem aulas, dir que volto a elas. Não digo que foras férias porque estava trabalhando e férias mesmo só em dezembro, mas tudo bem, eu sobrevivo a isso.
Neste meio tempo aconteceram coisas de pouca monta, o que de mais importante ocorreu foi que me afastei de minha amiga H. conversamos e decidimos falar apenas de assuntos relacionados ao curso. Demorou mais que eu esperava na verdade, explico: sempre falavamos de vários assuntos e muitas vezes ficamos conversando até a madrugada (antes que perguntem, nos éramos e ainda somos apenas amigos) e o fato de nos falarmos tanto e andarmos muito juntos levou a alguns questionamentos que não vem ao caso agora. Então, deixei de ser amigo para ser apenas colega de turma, se eu pudesse o dizer, diria que sinto falta de nossas conversas mas não cabe a mim o dizer.
Mais uma vez fico aqui, sempre sozinho, digo em termos pois tem sempre muita gente me cercando e isso me não agrada, o fato e que tenho poucas pessoas a meu redor por quem tenho apreço. No mais, encerro por aqui.