sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Procura-se um amor... ou novos tempos

Hoje no ônibus, naquele momento entre o sono e a consciência, cheguei a algumas conclusões:
1 - deveria nomear isso como um anuário, visto que só o atualizo a cada ano;
2 -  existem diferenças mui grandes entre o que meu eu emocional deseja e o que meu eu racional crê ser plausível. Meu eu emocional anela por ter alguém a seu lado e teme findar essa existência solitário, já meu eu racional pensa que me habituei a viver sozinho, reflexo de ter por assim dizer, terminado meu desenvolvimento psíquico sem a presença de pais ou irmãos, e com contato insuficiente com  outras pessoas.
Admito que ambos possuem argumentos válidos, entretanto tenho de argumentar que não tenho tolerância a futilidades e assuntos mundanos, o que infelizmente  embasa o entendimento de boa parte das pessoas, não só as garotas mas as pessoas em geral estão mais preocupadas com seus umbigos que em evoluir mental e emocionalmente.
Tomo como exemplo bem claro disso o fato de as pessoas terem perdido a mínima noção do ridículo, pois querem sair para a balada pegar geral e exigir que o outro aceite e não faça o mesmo
Entendo que como ser que almeja evoluir, devo demonstrar compaixão para com aqueles que não estão iluminados. Sei que é um comportamento que demonstra soberba e superioridade de minha parte, e por isso estou buscando eliminar de mim tais sentimentos, para poder ter uma contemplação plena do mundo, sem julgar ou condenar qualquer pessoa.

Ainda no mesmo ensejo, na semana passada, estive com alguns amigos de longa data, conversamos sobre diversos assuntos, dentre os quais o atual estado de algumas coisas. Por exemplo, alguns anos atrás, nos reuníamos na praça para jogar RPG e conversar, tinham as rodas de ROCK, crianças corriam pelo lugar. Hoje presenciamos algumas daquelas crianças rebolando e dançando em uma roda de FUNK, algo que nem em minhas previsões mais pessimistas havia contemplado. Os pré-adolescentes ultimamente tendem a iniciar sua adultização cada vez mais cedo, sem claro querer as responsabilidades inerentes a vida adulta.
Mui vezes me sinto como se pertencesse  a outra época, uma época onde as coisas faziam sentido, sinto-me deslocado temporalmente com relação ao mundo em que vivemos hoje. Bem, outrora mais escreverei.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

As sem-razões do amor


Carlos Drummond de Andrade

 

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

 

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

 

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

 

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.