O mundo contemporâneo está marcado pelos avanços na
comunicação e na informática e por outras tantas transformações tecnológicas e
científicas. Essas transformações intervêm nas várias áreas da vida social,
provocando mudanças econômicas, sociais, politicas, culturais, afetando,
também, as escolas e o exercício profissional da docência.
O texto aborda uma temática muito presente na vida do
professor: será que com tantos meios de informação o professor ainda é
necessário em sala de aula?
Somos apresentados a diversos questionamentos e
pensamentos de teóricos da educação a cerca da utilização de tecnologias em
sala de aula, como vídeos, apresentações multimídia, filmes, entrevistas em áudio
e muitas outras formas pelas quais o educando pode absorver informações.
O professor deve utilizar essas ferramentas, mesmo
correndo o risco de ser sobrepujado por elas ou por seus alunos? Sim, o
professor deve utilizar-se de todos os meios disponíveis para a facilitação do
processo de ensino-aprendizagem em sala de aula, pois hoje vivemos em um mundo
onde a informação contida em um livro didático escrito a um ano digamos, já está
em muito defasada, e o educando dificilmente se irá contentar em ficar lendo um
livro ou assistindo a uma aula onde somente o professor “detêm o conhecimento”.
Ambos, aluno e professor vivem em um mundo policromático, polifônico, por que
então devemos relegar a segundo plano as informações, as experiências de vida
de cada um em sala, cada pessoa é um universo único a ser explorado, a ser
descoberto, cabe ao professor fazer a ponte entre os saberes que os alunos
trazem de suas vivências, e o que os livros apresentam. O professor deixa de
ser o detentor do conhecimento e converte-se em mediador, levando os alunos a
pensarem criticamente seu dia-a-dia, seu impacto no mundo em que vivem, ou
seja, o professor ou educador tem por missão dar uma profundidade emocional e
reflexiva a todos os temas abordados em sala de aula.
Entretanto, ao se colocar tantas responsabilidades nos
ombros do professor, devemos nos perguntar: estamos formando professores aptos
a formarem alunos críticos, alunos capazes de ler criticamente e reflexivamente
seu mundo? Ou estamos apenas formando “repassadores de conhecimento” que
simplesmente repetem aquilo que tiveram de decorar na universidade, sem uma
dimensão crítica dos temas e conteúdos apresentados? O aluno-professor está
capacitado a utilizar os diversos meios de informação com fins de levar seus
alunos a refletir sobre como eles interferem no mundo e como o mundo os afeta? Infelizmente
em muitos casos as respostas são desanimadoras, pois já existem poucas pessoas
que se dispõem para a licenciatura, e ao término do curso, se deparam com a
dura realidade, falta de estruturas nas escolas, não valorização profissional,
salas lotadas que impedem o melhor aproveitamento dos temas apresentados, são
diversos problemas que o professor terá de enfrentar em sua vida de docência,
pois não houve um preparo eficiente para lidar com todas as diversas situações
a que estará exposto o educador.
Para que possamos formar cidadãos conscientes de seu
papel ante o mundo, devemos esquecer a ideia de que a escola detém o monopólio
do saber, e aceitar que a educação ocorre em muitos lugares, nos meios de
comunicação, nas empresas, nos clubes, nas academias de ginástica, nos
sindicatos, na família, na roda de amigos, na rua, enfim, onde quer que o aluno
interaja com o outro. A escola deve deixar de ser apenas transmissora de
informação pronta e transformar-se em um lugar de análises críticas da informação,
onde se possibilite que o aluno atribua significado a informação que foi
captada nos livros didáticos, na televisão, nos jornais, na conversa com os
amigos, em vídeos. Trata-se de capacitar os alunos a selecionar informações,
mas sobretudo, saber pensar de modo reflexivo.
Nessa nova escola, o professor criará condições
cognitivas e afetivas que ajudarão o aluno a atribuir significados às informações
e mensagens recebidas das mídias e das variadas formas de interação urbana. Uma
nova escola requer um professor capaz de ajustar-se as novas realidades do
conhecimento, do aluno e dos meios de comunicação. O professor será um mediador
entre o aluno e matéria apresentada, levando em consideração os conhecimentos,
a experiência e os significados que os alunos trazem para a sala de aula, suas
capacidades, seus modos de pensar, seus interesses. O professor propõe problemas
a serem resolvidos, dialoga, questiona, ensina os alunos a argumentar e
consequentemente a aprender, ao trazer para a sala os sentimentos, o pensar, a
realidade vivida por cada um ali presente, ligando o conhecimento cientifico
que o tema propõe com o cognições praticas, ou seja, compreender a realidade
para tranformá-la.